IESA - (Re)Pensando Direito - Ano 3 Nº 7 - page 232

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Ano 4 • n. 7 • jan/jun. • 2014
JúliaFrancieliNevesdeOliveira - JoelsioNevesdeOliveira
cada momento, o que cada um realiza ou deixa de realizar.
Cada vez que o indivíduo afirma que a conduta é racional, os
argumentos dessa afirmação são fundamentos emocionais em que
ela se apoia, assim como aqueles a partir dos quais surge um suposto
comportamento racional (MATURANA, 2009).
Por meio da dignidade embalada pelo sonho de emancipação
total, de tornar o ser humano livre de toda e qualquer dependência,
seja ela política ou religiosa, esses anseios perpassaram os grandes
processos de transformação históricas da época moderna, anseios
iluministas e os da Revolução Francesa. O ser humano, como
autônomo, se torna convicto de sua dignidade (FORTE, 2003).
Ao mesmo tempo, nota-se que os membros de diferentes culturas
vivem, movem-se e agem de maneira distinta, conduzidos por
configurações diferentes em seu emocionar. Essas determinam neles
vários modos de ver e de não ver, distintos significados do que fazem
ou não fazem, diversos conteúdos em suas simbolizações e diferentes
cursos em seu pensar, como modos distintos de viver. Por isso mesmo,
são os variados modos de emocionar das culturas o que de fato as
torna diferentes como âmbitos de vida diversos (MATURANA, 2009).
Por fim, se levarmos em conta os fundamentos emocionais de
nossa cultura seja ela qual for, poderemos entender melhor o que
fazemos ou não fazemos como seus membros. E, ao perceber os
fundamentos emocionais do nosso ser cultural, talvez possamos
também deixar que o entendimento e a percepção influenciem nossas
ações e o mudar nosso emocionar em relação ao nosso ser cultural.
REFERÊNCIAS
ANDRIGHI, Fátima Nancy; KRÜGER, Cátia Denise Gress.
Coexistência entre a socioafetividade e a identidade biológica – uma
reflexão. In: BASTOS, Eliene Ferreira; LUZ, Antônio Fernandes da
(Coords.).
Família e jurisdição.
Belo Horizonte: Del Rey, 2008.
ARATANGY, L.
Desafios da convivência.
São Paulo: Gente, 1998.
AGUIAR, Odílio Alves.
A propósito da problemática do mal em
Hannah Arendt.
Revista Grifos, Chapecó, n. 13, nov. 2002.
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