IESA - (Re)Pensando Direito - Ano 3 Nº 7 - page 212

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Ano 4 • n. 7 • jan/jun. • 2014
MayaraPellenz - AnaCristinaBacegaDeBastiani
Como auxílio nesta caminhada rumo ao futuro, incerto e
desconhecido, está o princípio da responsabilidade, defendido por
Hans Jonas (2005). Tal princípio possui relação direta com o paradigma
da sustentabilidade. O cuidado com a biodiversidade do planeta,
gerador de formas de vida, guarda relação com a sustentabilidade, já
que esta transita livremente nas diferentes áreas do conhecimento. É
necessária uma compreensão sistêmica da sustentabilidade para que
seja possível sua viabilidade.
A humanidade é parte integrante de um planeta chamado Terra
e responsável pela sua preservação ou degradação. O declínio da
natureza é evidente e resultado da ação humana: o mesmo homem
racional e capaz de manipular a ciência e a tecnologia de forma tão
surpreendente é também movido por sentimentos insustentáveis. A
ação humana, inconsequente, é provocadora de desequilíbrios. O
resultado disso são os danos irreversíveis provocados no mundo
todo. A destruição é permanente. Como o planeta Terra é uma grande
rede viva, pulsante e interligada, as destruições ocorridas nos lugares
mais longínquos trazem consequências a outros locais, e é nesse
sentido que Jonas sugere um novo pensamento, um novo senso de
responsabilidade, mais adequado para lidar com essa nova realidade.
O enorme impacto do Princípio Responsabilidade não se deve
somente a sua fundamentação filosófica, mas ao sentimento
geral, que até então os mais atentos observadores poderão
permitir cada vez menos de que algo poderia ir mal para a
humanidade, inclusive o tempo poderia estar em posição no marco
de crescimento exagerado e crescente das interferências técnicas
sobre a natureza, de pôr em jogo a própria existência. Entretanto,
se havia comentado que era evidente a vinda da chuva ácida, o
efeito estufa, a poluição dos rios e muitos outros efeitos perigosos,
fomos pegos de cheio na destruição de nossa biosfera (JONAS,
2005, p. 352-353).
O indivíduo já não controla mais os efeitos colaterais de suas
ações irresponsáveis. Esse descontrole gera perspectivas de finitude,
tanto dos recursos naturais quanto da vida humana. Como causadora
do desequilíbrio ambiental, a humanidade é responsável em tomar
decisões que imponham limites à um panorama por ela criado.
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