IESA - (Re)Pensando Direito - Ano 3 Nº 7 - page 207

(RE) PENSANDO DIREITO
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APRESERVAÇÃODABIODIVERSIDADENASOCIEDADEPÓS-MODERNAPORMEIODASAÇÕESHUMANAS
A felicidade
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também deve ser perseguida por aqueles que vivem
em sociedade e não somente como um objetivo pessoal e individual,
pois o planeta Terra é um lar compartilhado por toda a humanidade e
também tem como estrutura esse bem-estar: acolher todos os seus
sujeitos.
Olhar para o semelhante ficou em segundo plano. As novas
regras não incluem sentimentos comunitários, mas de consumismo,
lucro, satisfação pessoal, entre outros. As relações entre os indivíduos
passaram a frágeis e inconstantes. O consumismo passou a ser
um estilo de vida que se choca com a sustentabilidade. Os bens de
consumo oportunizam realizações pessoais, mas, acima de tudo,
adquiriram um papel muito importante na afirmação do sujeito no
ambiente em que vive, além de um reconhecimento de que é parte
integrante daquele ambiente.
Se ‘ser livre’ significa ser capaz de agir pelos próprios desejos
e perseguir os objetivos escolhidos, a versão líquida moderna,
consumista, da arte da vida pode prometer liberdade para todos,
mas a entrega é escassa e seletiva (BAUMAN, 2011, p. 144).
O egoísmo dominou a humanidade de tal forma que há uma
dificuldade muito clara na formação de vínculos e manutenção de
vínculos pessoais já formados. Bauman descreve uma nova visão
de mundo contemporâneo, denominada de sociedade líquido-
moderna. Segundo ele, a sociedade tem suas estruturas calcadas
em comportamentos existentes conforme as condições da vida do
sujeito, porém o tempo é tão rápido que esses comportamentos não
são capazes de se consolidar e se perpetuar no tempo. Dessa forma,
uma característica da sociedade atual é justamente a sensação de
incertezas e um constante recomeço de tudo (BAUMAN, 2011, p. 133).
Nos dias de hoje, a característica do homem moderno, de ser e
permanecer individualista e egoísta, ainda persiste. Observa-se que
201 A felicidade também requer bens exteriores, pois é impossível, ou na melhor das hipóteses não é fácil praticar belas ações sem
os instrumentos próprios. Em muitas ações, usamos amigos, riquezas e poder político como instrumentos, e há certas coisas cuja
falta empana a felicidade – boa estirpe, bons filhos, beleza – pois o homem de má aparência, ou mal nascido, ou só no mundo e
sem filhos, tem poucas possibilidades de ser feliz, e tê-las-á ainda menores se seus filhos e amigos forem irremediavelmente maus
ou se, tendo tido bons filhos e amigos, esses tiverem morrido. Como dissemos, a felicidade parece requerer o complemento desta
ventura, e é por isso que algumas pessoas identificam a felicidade com a boa sorte, embora outras a identificam com a excelência
(ARISTÓTELES, 1999, p. 27).
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