Background Image
Table of Contents Table of Contents
Previous Page  76 / 82 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 76 / 82 Next Page
Page Background

Palavra doMestre

médio uma tendência à intolerância

mais significativa do que em outras

fases. Isso se dá pela necessidade de

definições de um caminho a seguir

e pelas dúvidas que surgem devido

ao fato de a vida mostrar-lhes vários

caminhos e a escolha certa ser mais

complicada do que parece. Na sede de

uma referência mais notória e simples,

o adolescente busca uma convivên-

cia de forma tribal, procura grupos em

que haja alguma identificação, que ge-

ralmente exigem um comportamento

peculiar, e aquele que não aceita está

fora: são as chamadas tribos urbanas.

Esses núcleos sociais estão repletos de

regras fascistas e preconceituosas to-

lhendo a liberdade dos jovens que se

envolvem, os quais aderem pela ne-

cessidade de um caminho a seguir.

A escola deve ser o lugar ideal para

preencher o vazio da adolescência,

afinal é nessa fase que eles a frequen-

tam. Mas a falha é que a escola, mui-

tas vezes, é justamente o lugar onde

o adolescente não é valorizado e en-

tendido como indivíduo. Ainda exis-

tem muitos professores que preferem

condenar o aluno com frases feitas,

como: “Não tem mais jeito”; “São uns

animais”; “Estão impossíveis”, a se en-

volverem de fato com os problemas

da sala e de determinados alunos com

casos de notas baixas, que podem es-

tar relacionados a situações de ordem

emocional, familiar ou existencial. A

participação do aluno na construção

das soluções dos seus problemas e da

sala deve, também, ser valorizada pelo

professor. É umexercício valioso para a

atuação futura do educando na socie-

dade em que vive.

Possíveis Soluções

Um indivíduo capaz de enfrentar pro-

blemas é aquele que possui uma boa

autoestima e segurança nos seus va-

lores, educação e cultura. Muitos pro-

jetos executados nas favelas, onde

pessoas carentes residem, estão liga-

dos à arte, seja ela folclórica, pictórica

de vanguarda, clássica, entre outros.

Descobrir a sua capacidade criativa

leva o homem a estabelecer laços de

contribuição para com o grupo, aju-

dando-o a descobrir as potencialida-

des dos membros de sua comunidade,

buscando em suas raízes e em sua his-

tória a valorização de seus costumes e

tradições.

A arte também aguça a sensibilidade,

produzindo no homem a curiosidade

por conhecer a arte de outras cultu-

ras, gerando nele respeito e apreço

pelo fazer artístico e cultural de outros

povos. O envolvimento com esse tipo

de atividade pode trazer para a esco-

la bons resultados na educação dos

alunos, mas a construção artística na

escola ou na academia não tem valor

para os objetivos de encontro da au-

toestima se o aluno não estiver parti-

cipando de sua construção. A eles tem

de ser dada a oportunidade de trazer

para o lado de dentro da escola estilos

de produção artística comunitária que

eles conhecem. Depois o professor se

apropria e orienta quanto à adequação

aos objetivos dos eventos. Nesse caso,

o purismo erudito deve ser colocado,

dentre outros conhecimentos, como

informações a serem dadas com o in-

tuito de enriquecimento para os obje-

tivos, e não como sendo o único meio

a se chegar à informação.

Estamos em um mundo onde a es-

pecialização é o objetivo do mercado

de trabalho. As exigências estão cada

vez mais estreitas; nossos alunos es-

tão comprimidos em um universo de

regras para se encaixar na sociedade.

As academias e as escolas estão cada

vez mais empenhadas em “treinar”

para vestibulares e concursos públicos,

deixando de lado a pluralidade do ser

humano. Com essa prática, ajudamos

a “enlatar” nossos alunos em padrões

preestabelecidos. Para que possamos

76

• ANO 04 • Nº 01 • MARÇO DE 2015