Terça-feira, 14 de Agosto de 2012

Em dez anos, o índice de analfabetismo no Brasil caiu pela metade. Mas se no entendimento básico de português e matemática o país conseguiu avançar, no domínio pleno ele está estagnado. Segundo dados do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa, o porcentual da população que consegue desenvolver atividades mais complexas, como interpretar textos longos, comparar informações e interpretar tabelas, mapas e gráficos, se manteve no ano passado com os mesmos 26% registrados em 2001.

Para educadores, o problema está essencialmente na falta de qualidade do ensino. Com professores mal formados e uma escola despreparada para focar na dificuldade de aprendizado, os alunos não conseguem avançar nos estudos e deixam a escola dominando apenas a leitura de textos curtos e médios, e operações simples de matemática, que não envolvem mais de uma etapa.

Essa falta de preparo do docente tem duas causas: a facilidade para ingressar nos cursos de licenciatura e uma formação defasada, que não faz o professor levar em conta as diferentes realidades do aluno na hora de ensinar. No primeiro caso, como os cursos de formação de professores são pouco concorridos e os salários da carreira muito baixos, a profissão atrai estudantes menos preparados, que tiveram péssima formação no ensino básico.

Para complicar, os docentes não conseguem passar o conteúdo de forma atrativa, que permita ao aluno perceber para que serve o que está aprendendo. Isso ocorre em países modelos em educação, como a Finlândia, que foca no ensino que leva em conta características individuais.

"Por isso, nos últimos anos do ensino fundamental e nos primeiros do ensino médio, quando justamente os assuntos são mais densos e multidisciplinares, o currículo deixa de ser atraente e o aluno não vê sentido em frequentar a escola", avalia a psicopedagoga e professora do departamento de Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Evelise Portilho.

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fonte: http:www.gazetadopovo.com.br/