Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2009

Fonte: Agência Brasil

Segundo o estudo, falta preparo aos docentes para inserir as novas tecnologias de forma eficiente dentro de sala de aula. A atividade mais realizada pelo professor com seus alunos é editar, digitar e copiar conteúdos, aponta a pesquisa.

Para o professor do Laboratório de Novas Tecnologias Aplicadas na Educação (Lantec) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Sérgio Amaral, o investimento feito pelos governos - federal, estaduais ou municipais  para equipar as escolas se tornam uma estupidez se não houver preparação dos professores para trabalhar com as tecnologias.

Não adianta nada instrumentalizar. O computador já é uma realidade na escola, mas o problema fundamental é que o professor não utiliza o recurso como instrumento didático. É ínfimo o potencial que se está utilizando, aponta o especialista.

Segundo Amaral, a falta de preparo vem da base, os próprios cursos de graduação não preparam os futuros educadores para a tarefa. E a maioria dos cursos oferecidos posteriormente, segundo ele, são instrumentais. O que o professor precisa não é de um treinamento para dominar as tecnologias da informática. Mas para aprender como usar esses recursos, qual é a didática por trás, defende.

Para Amaral, quando o recurso é mal utilizado acaba sendo apenas um gerador de despesas. Um computador caro, vira um retroprojetor. E essa subutilização tem impacto no aprendizado do aluno.

A criança já tem contato com o mundo digital pelo celular, pelo videogame, nas lanhouses. É preciso criar a aproximação desses sujeitos [professor e aluno]. Caso contrário, o desinteresse e o distanciamento continuam sistêmicos, diz.

O estudo aponta que apenas 28% das escolas contam com um professor orientador de informática. Segundo Ângela Danneman, diretora executiva da Fundação Victor Civita, responsável pela pesquisa, esse foi o modelo adotado pelos sistema educacional brasileiro para introduzir e administrar as tecnologias nas escolas.

Onde esse professor está, o trabalho é melhor, aponta Ângela. Mas ainda assim, em apenas 9% das escolas ele tem a função de formar outros professores. O importante é garantir a formação de todos os professores, [o que vai] melhorar a utilização da tecnologia como ferramenta para a aprendizagem de todos os conteúdos, indica.