Quarta-feira, 02 de Dezembro de 2009
Brasília - A situação educacional de brasileiros com idade entre 15 e 29 anos é um misto de avanços, problemas e desafios, de acordo com estudo divulgado hoje (3) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O documento tem como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2008, que indica um total de 49,7 milhões de jovens no país 26,2% da população. O Ipea destaca como principal avanço o fato de os jovens, atualmente, conseguirem passar mais tempo em sala de aula e terem maior escolaridade do que os adultos. Em 1998, a média de anos de estudo entre pessoas de 15 a 24 anos era 6,8. No ano passado, a média era de 8,7 anos de estudo entre jovens de 18 a 24 anos. No grupo de 25 a 29 anos, a média chegou a 9,2 3,2 anos de estudo a mais do que entre a população acima dos 40 anos. Mas o estudo alerta que o processo de escolarização da maioria dos jovens brasileiros ainda é marcado por oportunidades limitadas e que, no país, prevalecem expressivas desigualdades educacionais entre ricos e pobres, brancos e não brancos, e moradores de áreas urbanas e rurais e das diferentes regiões. A pesquisa também destaca que apenas a metade dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos frequenta o ensino médio na idade adequada e que 44% ainda não concluíram nem mesmo o ensino fundamental. Nas regiões Nordeste e Norte, as taxas de frequência (36,4% e 39,6%, respectivamente) são bem mais baixas do que no Sudeste e Sul (61,8% e 56,5%, respectivamente). O acesso ao ensino superior é ainda mais restrito, com frequência de apenas 13,6% dos jovens de 18 a 24 anos. Uma boa parcela dos que têm mais de 18 anos cerca de 30% conseguiu completar o ensino médio, mas sem buscar a continuidade de estudos no ensino superior. O Ipea ressalta também que a proporção de jovens fora da escola cresce de acordo com a faixa etária: 15,9%, entre os jovens de 15 a 17 anos; 64,4%, de 18 a 24 anos; e 87,7%, de 25 a 29 anos. Um destaque positivo apontado na pesquisa é que o maior nível de escolaridade também se reflete na menor taxa de analfabetismo entre os jovens. Na faixa de 15 a 17 anos, a queda foi de de 8,2%, em 1992, para 1,7%, em 2008, e, na faixa de 18 a 24 anos, foi de 8,8% para 2,4%, no mesmo período. Entretanto, de acordo com o estudo, a redução do analfabetismo entre jovens nos últimos dez anos não foi acompanhada da diminuição das disparidades regionais, sobretudo no Norte e Nordeste. Para a técnica responsável pela área de juventude no estudo, Joana Mostafa, o ensino médio e o superior são os principais desafios. Ela chamou a atenção ainda para a questão da transição do trabalho para a escola, sobretudo para as jovens. "As meninas de 15 a 17 e, sobretudo, de 18 a 29 anos acabam perdendo lugar social. Elas saem da escola e não entram no mercado, não estudam nem trabalham. Ficam provavelmente como donas de casa, um trabalho não remunerado e que mostra bem o lugar ainda ocupado pela mulher na sociedade brasileira."
fonte:www.agenciabrasil.gov.br
Relacionados
Para continuar avanço, investimento no professor tem que ser prioridade, diz Haddad
As conquistas em educação alcançadas pelo Brasil na última década, apontadas pelos resultados do Programa...
Para driblar a distância entre aluno e escola, Estado do Amazonas investe em aulas via satélite
Um dos principais problemas no Estado do Amazonas é a interrupção precoce dos estudos.
Para educadores, participação da comunidade pode diminuir violência
Comissão de Direitos Humanos do Senado debateu a tragédia de Realengo.
Para MEC, primeiro dia de Enem transcorreu com tranquilidade
Parceria entre hospital e escola ajuda menina com 10% de visão a aprender
Santa Casa de São Paulo capacita educadores para atuar em sala de aula.
Pesquisa indica avanços na educação de jovens, mas alerta para desigualdades
Pesquisa indica que 3,8 milhões de jovens estão fora da escola
Meta de movimento é chegar ao índice de 98% ou mais das crianças e jovens de 4 a 17 anos matriculados...
Pesquisa mostra que intolerância religiosa ainda está presente em escolas brasileiras
Profissionais ?despreparados? para lidar com religiões diferentes. Invasão de terreiros. Ofensas. Crianças...
Pesquisa mostra que professores usam apenas recursos mais simples do computador
Pesquisa sobre população com diploma universitário deixa o Brasil em último lugar entre 36 países
Para concorrer em pé de igualdade com as potenciais mundiais, o Brasil terá que fazer um grande esforço...