Quarta-feira, 01 de Junho de 2011
Onde a maioria das pessoas pode enxergar lixo, o indiano Arvind Gupta vê diversão e ciência. Barbante, canudinhos e uma garrafa plástica podem se tornar um brinquedo que, com a ajuda de água, demonstra a terceira lei de Newton (a toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade). Tubos de borracha e palitos de fósforo se transformam em polígonos e complexas estuturas tridimensionais. As possibilidades são infinitas - e o professor Gupta já catalogou pelo menos mil delas.
Formado em engenharia em 1978 pelo Indian Institution of Technology, Gupta abandonou o emprego na indústria automobilística para se tornar voluntário em comunidades pobres. Convicto de que a ciência precisa ser vivida, e não engessada em conceitos abstratos, passou a recolher objetos triviais, alguns considerados lixo, e criar brinquedos a partir deles. No meu primeiro mês, conta Gupta, topei com um desses tubinhos de borracha usados nas bombas pra encher pneus de bicicleta. Usando palitos de fósforo e pedaços desses tubinhos como juntas criei um brinquedo com o qual as crianças podiam criar modelos de formas em 2D e 3D, explorando conceitos razoavelmente avançados de geometria. Essa invenção mudou minha cabeça. Ao ensinar as crianças como construí-los elas próprias, acredita tornar a ciência algo vibrante e real. Antes que uma criança possa entender algo, é preciso que ela experimente, defende.
Além de peregrinar por mais de 2 mil escolas na Índia, realizando oficinas para alunos e professores, Gupta é responsável pelo centro de ensino de ciências para crianças na Universidade de Pune, uma das principais do país. Entusiasta do livre compartilhamento de informações que a internet permite, montou um site há seis anos onde esquemas de montagem de mais de 700 brinquedos (e acrescenta mais diariamente), além de 1.100 pequenos tutoriais em vídeo em 13 línguas - a maior parte deles em inglês e idiomas indianos, como hindi, marata e canarês, entre outros. Segundo ele, o modelo do site é interessante pois na Índia, um país com quase um quinto da população da Terra, quase não há bibliotecas públicas e os livros das escolas ficam trancados em armários.
Em entrevista à Galileu, por e-mail, Gupta defende seu método, critica a passividade dos professores e afirma que o desafio do ensino de ciência não requer recursos materiais, mas visão por parte dos educadores.
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fonte: http:revistagalileu.globo.com/Revista/
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