Sexta-feira, 30 de Abril de 2010

Para uns, os filhos fazem tudo certo, para outros, fazem tudo errado. Ambas atitudes colaboram pouco para o desenvolvimento da criança.

O nascimento de uma criança representa a concretização de um milagre. Por mais que se saiba de todo o funcionamento biológico da reprodução, parece incrível que aquele ser se desenvolveu no ventre de sua mãe. Milagres são obras de uma divindade, o que nos remete à ideia de perfeição. É o que muitos pais pensam ou esperam de seus filhos  que sejam perfeitos. Entre os que desejam isso, existem pais que não conseguem reconhecer nada do que os filhos fazem. Qualquer coisa poderia ser melhor, mesmo que tenham feito algo muito bom.

Boicotam seus filhos naquilo que são ou fazem. Consideram que admitir seus pontos positivos, poderia fazer com que não se esforçassem mais. Mas com tanto esforço e poucos resultados, há grandes chances de seus filhos se tornarem pessoas inseguras, exigentes e frustradas consigo mesmas. Há aqueles, no entanto, cujos filhos são a tradução dos seres mais primorosos que existem. Tudo o que fazem é ótimo. Se o filho apresenta algum comportamento diferente, no máximo, acham graça. Se algo lhes acontece, é culpa do mundo, eles foram apenas vítimas. Se vão mal na escola, é ela que não é boa. Só arrumam desculpas para aquilo que dizem, o contrário do que pensam. Ambas atitudes colaboram pouco para o bem-estar e para o desenvolvimento das crianças, revelando a cegueira dos pais, que os impede de ver os verdadeiros filhos que têm. Enquanto um enxerga de maneira deformada, o outro apenas vê aquilo que quer, e pode.

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fonte: http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/