A mais completa coleção das parlendas mais populares
A aranha arranha o jarro,
o jarro a aranha arranha.
A aranha amarela
falará a fala
de amarelo arara.
Lá em cima daquele morro tem uma arara e uma aranha.
a poesia está morta
mas juro que não fui eu
eu até que tentei fazer o melhor que podia para salvá-la
imitei diligentemente augusto dos anjos paulo torres car-
los drummond de andrade manuel bandeira murilo
mendes vladmir maiakóvski joão cabral de melo neto
paul éluard oswald de andrade guillaume appolinaire
sosígenes costa bertolt brecht augusto de campos
não adiantou nada
em desespero de causa cheguei a imitar um certo (ou
incerto) josé paulo paes poeta de ribeirãozinho estrada
de ferro araraquarense
porém ribeirãozinho mudou de nome a estrada de ferro
araraquarense foi extinta e josé paulo paes parece
nunca ter existido
nem eu
Eu congelo a água gelada com gelo que tem selo à prova d'água.
Amanhã é segunda, que preguiça imunda.
Amanhã é terça, você compareça.
Amanhã é quarta, a saudade me mata.
Amanhã é quinta, malandro te finta.
Amanhã é sexta, sele sua belta.
Amanhã é sábado, vá ao povoado.
Amanhã é domingo, acenda seu cachimbo.
Essa pessoa assobia, enquanto amassa e assa a massa da paçoca de amendoim.
Uma, duas angolinhas
põem o pé
na pampolinha.
O rapaz que fez o jogo,
faz o jogo
da caçapa.
Canta bem, Mané João
canta bem,
que vinte são.
Se o arcebispo de Constantinopla quisesse
desconstantinopolizar,
qual seria o desconstantinopolizador
que o desconstantinopolizaria?
Atirei um limão verde
por cima da sacristia.
Deu no cravo, deu na rosa,
deu na moça que eu queria.
Atrás da porta torta tem uma porca morta.
A babá boba bebeu o leite do bebê.
Bagre branco, branco bagre.
Batatinha quando nasce,
se esparrama pelo chão.
Menininha quanto dorme,
põe a mão no coração.
Bente que é bente frade!
- Frade!
- Na hora do forno!
- Forno!
- tiraste um bolo?
- Bolo!
- Tudo que seu mestre mandar?
- Faremos todos!
Bichinho gato
que comeste tu?
sopinhas de leite
Guardaste-me delas?
Guardei, guardei
Onde as puseste?
Atrás da arca
Com que as tapaste?
Com o rabo da gata
Sape, sape, sape gato
sape, sape, sape gato.
Blusa de seda preta.
Boca do forno!
- Forno!
Fritar um bolo!
- Bolo!
Farão tudo o que
seu mestre mandar?
- Faremos todos!
E se não fizerem?
- Ganharemos bolo!
Borboleta não é ave,
Borboleta ave é.
Borboleta só é ave
Na cabeça da mulher.
Bote a bota no bote e tire o pote do bote.
A casinha da vovó
é coberta de cipó.
O café tá demorando,
com certeza não tem pó.
A chave do chefe Chaves está no caveiro.
A cobrinha caninana
olha a saia da Sinhana
A cobrinha carijó
olha a saia da vovó.
Cadê o toucinho que estava aqui?
O gato comeu.
Cadê o gato?
Fugiu pro mato.
Cadê o mato?
O fogo queimou.
Cadê o fogo?
A água apagou.
Cadê a água?
O boi bebeu.
Cadê o boi?
Tá carregando milho.
Café com pão
manteiga não.
Café com pão
manteiga não.
Caixa de graxa grossa de graça.
Capa parda, parda capa.
Em cavalo dado,
não se olha os dentes.
Cesteiro que faz um
cesto faz um cento.
Chega de cheiro de cera suja.
Cinco bicas, cinco pipas, cinco bombas.
Pelo sinal do bico real,
Comi toucinho, não me fez mal.
Se mais houvesse, mais comia.
Adeus, seu padre, até outro dia.
Pus-me a contar estrelas
com a ponta da minha espada.
Principiei à noitinha
e acabei de madrugada.
Corre, cotia, de noite, de dia
Corre, cipó, na casa da avó.
Lencinho na mão caiu no chão.
Moça bonita de meu coração.
Cozinheiro cochichou que havia cozido chuchu chocho num tacho sujo.
Currupaco, papaco.
A mulher do macaco,
ela pinta, ela fuma,
ela toma tabaco
no suvaco do macaco.
Da laranja quero um gomo.
Da lima quero um pedaço.
Da sua boquinha, um beijo,
do seu corpinho, um abraço.
É de pequenino
que se torce
o pepino.
Dedo Mindinho,
Seu Vizinho,
Pai de Todos,
Fura-bolos,
Mata-piolhos.
Desinquivincaria, desinquivincarvamos, desinquivincarveis.
Por detrás daquele morro
passa boi, passa boiada.
Também passa moreninha
de cabelo cacheado.
Devagar com o andor
que o santo é de barro!
Devora Dor Doída, Distante Da Dor Desmedida, Daquilo Dista Dimensões, Do Devorador Disto!
Quem mora com o diabo
cria rabo.
Uma me disse sim,
outra não me respondeu.
A que sim, queria ela,
a que não, queria eu.
Hoje é domingo, pé de cachimbo.
O cachimbo é de ouro, bate no touro,
o touro é valente, bate na gente.
A gente é fraco, cai no buraco.
O buraco é fundo, acabou-se o mundo.
Odesinquivincavacador das caravelarias desinquivincavacaria
as cavidades que deveriam ser desinquivincavacadas.
As estrelas do céu correm
todas elas carreirinhas.
Assim correm os amores
das tuas mãos para as minhas.
Em cima daquele morro
tem um ferreiro velho
que tem um fole velhinho.
Quando o velho toca o fole,
tanto fede o velho,
como o velho fole fede.
Lá em cima do piano
tem um copo de veneno.
Quem bebeu morreu,
o culpado não fui eu.
Farofa feita com farinha fofa
faz a fofoca feia.
A fiadeira
fia a farda
do filho
do feitor
Felício.
Tropeiro fala de burro,
vaqueiro fala de boi,
jovem fala de namorada,
velho fala do que foi.
Farofa feita com muita farinha fofa faz uma fofoca feia.
Um dois, feijão com arroz.
Três, quatro, feijão no prato.
Cinco, seis, falar inglês,
sete, oito, comer biscoito,
nove, dez, comer pastéis.
Fia, fio a fio, fino fio, frio a frio.
Fui na casa do Tuta
O Tuta não tava lá
A muié do Tuta tando
É o mesmo que o Tuta tá.
Lá vem o velho Félix
Com um fole velho nas costas
Tanto fede o velho Félix
Como o fole do velho Félix fede.
A galinha do meu avô
bota ovo no capim,
bota um bota dois,
bota três, bota quatro.
Bota cinco, bota seis,
bota sete, bota oito,
bota nove, bota dez.
Galinha que cisca muito
borra tudo e quebra o caco,
pois agora você diga certo,
sem fazer buraco
Aranha arranhando a jarra
e o sapo socando o saco.
Gato escondido com rabo de fora
tá mais escondido que rabo escondido com gato de fora.
O galo dorme em poleiro,
o pato dorme no chão.
O pobre nos seus arreios,
o rico no seu colchão.
Todo homem quando embarca
Deve rezar uma vez.
Quando vai à guerra, duas
E quando se casa, três.
Jacaré que não se
vira vira bolsa.
Joguei o jogo no jóquei João.
O júri jurou ante os jurados.
Jurema jogou a jarra no jacaré.
Juca Pinduca
Ladrão de açúcar
Pulou a janela
caiu na arapuca
O Jurista ou jurisconsulto? Jurisprudência, Júri, Jurídico, Jurisdição, Juris Tantum, Juti et Juri... Juro, é jurisconfuso!
Lá em cima daquela serra
Tem uma vaca chocalheira,
pondo ovos de manteiga
para quem falar primeiro.
Fora eu que sou o rei,
como carne de primeira.
Lá vai a garça voando
com as penas que Deus lhe deu.
Contando pena por pena,
mais de pena padeço eu.
Abaixa-te, limoeiro,
Deixa eu tirar um limão
Para limpar uma nódoa
Que trago no coração.
Quem vai ao ar perde o lugar.
Quem vai ao vento perde o assento.
Luíza lustrava o lustre listrado; o lustre lustrado luzia.
As mulheres quando se juntam
para falar da vida alheia
começam na Lua Nova
e acambam na Lua Cheia.
A mulher barbada tem barba
boba babada e um barbado bobo todo babado!
Macaco torrado
chegou da Bahia
fazendo careta
pra dona Maria.
Maria-mole é molenga.
Se não é molenga, não é maria-mole.
É coisa malenolente, nem mala, nem mola, nem maria, nem mole.
Marilena Bufena
será macutena,
dansancena,
João Bufão.
Será macutão,
dansanção.
José Bufé,
será macuté,
dansancé.
Meio-dia.
Macaco assobia,
na panela da dona Maria.
Menina de olhos de fada
me dá água pra beber.
Não é sede, não é nada,
é vontade de te ver.
Mia gato,
que o toucinho está alto.
É muito socó para um socó só coçar.
O marteleiro acertou Marcelo com o martelo. Martelo, marteleiro, martelada, Marcelo, dor que não quero!
A naja egípcia gigante age e reage hoje, já.
Na janela do meu quarto
já tem lama sem chover.
De tanto chorarem meus olhos
de saudade de você.
Namoro, laço de fita,
noiva de linha comprida.
O casamento é nó cego,
no cordão de nossa vida.
Não chore as rugas da face,
o tempo é justo, ele é franco.
Consola com meu cabelo,
todo pintado de branco.
Não sei se é fato ou se é fita,
Não sei se é fita ou fato.
O fato é que você me fita
E fita mesmo de fato.
O negócio é o seguinte:
O preço da égua é cento e vinte.
Se tiver carrapato,
vai para cento e quatro.
Se tiver pulguenta,
vai para oitenta.
E o da mula?
Você nem calcula.
Norma nina o nenê da Neuza.
O original nunca se desoriginou e nem nunca se desoriginalizará.
Não me olhe de banda
que eu não sou quitanta.
Fui à loja do Sr. Bolas comprar bolas.
Ora bolas para o Sr. Bolas que não tinha bolas na loja das bolas.
Nem tudo que reluz
é ouro.
A perpétua se cheirasse,
era a rainha das flô.
Assim, como ela não cheira,
é uma prenda de amô.
A pipa pinga, o pinto pia.
O padre pouca capa tem, porque pouca capa compra.
O palhaço, o que é?
É ladrão de mulher.
Hoje tem arrelia.
Tem sim senhor.
No nariz de tua tia.
Tem sim senhor.
No nariz de tua tia,
Tem sim senhor.
No nariz de tua vó.
O pato casou com a pata
depois perdeu a esperança
pois tinha os dedos qrudados:
não podia usar aliança.
O pinto pia, a pipa pinga.
Pinga a pipa,
o pinto pia,
pipa pinga.
Quanto mais o pinto pia,
mais o pinto pia,
mais a pipa pinga.
O prestidigitador prestativo está prestes a fazer uma prestidigitação prodigiosa e prestigiosa.
O princípio principal do príncipe principiava principalmente no princípio principesco da princesa.
Um pano de prato
no prato de prata.
Papagaio come milho.
Periquito leva a fama.
Cantam uns e choram outros.
Triste sina de quem ama.
A rua de paralelepípedo é toda paralelepipedada.
Pardal pardo, por que parlas? Parlo porque sempre parlei, porque sou pardal pardo, parlador del-rei.
Isto parece mentira
mas é verdade patente:
a gente nunca se esquece
de quem se esquece da gente.
Pé de pato,
Pé de pinto,
Peço agora
Que me conte cinco.
Lá de trás de minha casa
Tem um pé de umbu butando Umbu verde,
umbu maduro, Umbu seco, umbu secando.
Pedro Pereira Pedrosa pediu passagem para Pirapora.
Pode passar, porteiro, para pegar peixe piau.
O peito do pé
do padre Pedro
é preto.
Com pena peguei a pena,
Com pena para escrever.
Com pena caiu-me a pena,
com pena de não te ver.
Por fora,
bela viola.
Por dentro,
pão bolorento.
Porco crespo,
todo preto.
Preguiça, queres mingau?
- Quero!
Então vem buscar.
- Não quero mais...
O que é que Cacá quer? Cacá quer caqui. Qual caqui que Cacá quer? Cacá quer qualquer caqui.
O que está na varanda?
Uma fita de ganga
O que está na panela?
Uma fita amarela
O que está no poço?
Uma casca de tremoço
O que está no telhado?
Um gato malhado
O que está na chaminé?
Uma caixa de rapé
O que está na rua?
Uma espada nua
O que está atrás da porta
Uma vara torta
O que está no ninho?
Um passarinho
Deixa-o no morno
Dá-lhe pãozinho.
Na segunda não fiz nada.
Na terça, nada fiz,
na quarta, nada farei,
na quinta pensei tensão,
na sexta eu passeei,
e no sábado é que voltei
No domingo fiz conta
do que gastei.
Trinta dias têm novembro, Abril, junho e setembro.
Vinte e oito só tem um.
Os demais têm trinta e um.
Quatro mais cinco são nove.
Com meu coração, são dez.
Menina, se eu te ofendi,
me protege nos teus pés.
Quem cara paca compra
Paca cara pagará
Quero que você diga
cinco vezes encarreado
sem errar, sem tomar fôlego
Vaca preta boi pintado.
O rato roeu a roupa
do Rei Roberto.
A Rainha raivosa roeu o resto.
Em rápido rapto, um rápido rato raptou três ratos sem deixar rastros.
Rei, capitão
soldado, ladrão.
Menina bonita
de bom coração.
Tão, baladão,
cabeça de cão.
Orelha de burro,
sabe a leitão.
E a Rosa Rita Ramalho do rato a roer se ria !!!!
A sempre-viva quanto nasce
toma conta do jardim.
Eu também quero arranjar
quem tome conta de mim.
A sempre-viva quanto nasce
toma conta do jardim.
Eu também quero arranjar
quem tome conta de mim.
Olha o sapo dentro do saco,
o saco com o sapo dentro,
o saco batendo papo,
o papo do santo só.
Não há sábado sem sol,
domingo sem missa,
nem segunda sem preguiça.
Saci-pererê
de uma perna só
pitou no pito
da minha vó.
Seguro morreu de velho.
Assim mesmo, morreu.
Serra, serra,
serrador.
Serra o papo
que nunca serrou.
Serra, serra,
serrador.
Quantas tábuas
já serrou?
Serrei umas vinte e quatro.
Uma, duas,
três, quatro...
Sete e sete são catorze,
com mais sete, vinte e um.
Tinha sete namorados,
agora não tenho nenhum.
Seu Chico bode
é um homem de pagode:
foi pôr fogo no cachimbo,
pegou fogo no bigode.
Primeiro, seu lugar.
Sem rir, sem falar.
Um pé, o outro.
Uma mão, a outra.
Uma palma,
Duas piruetas bem dadas.
Sola, sapato,
rei, rainha.
Aonde quereis
que eu vá dormir?
Na casa da Aninha.
Eu sou pequena,
da perna grossa,
vestido curto,
papai não gosta.
O tatuador tatuado tatuou a tatua do tatu. Tatua tatuada enfezada, tatuou o tatu e o tatuador já tatuado!
O tempo pediu ao tempo
que lhe desse mais tempo.
O tempo respondeu ao tempo:
- Fica, tempo, calado,
que pra tudo, o tempo tempo tem.
O tocador foi tocado com um taco tacado por um trocador!
Tempo será.
- De seri-secó.
Laranja da China.
- Pimenta em pó.
Pinto que pia.
- Pi-pi-ri-pi-pi.
Galo que canta.
- Có-có-ró-có-có.
Quem é durão.
- Sou eu só.
Olha que te pego.
- Não és capaz.
Olha que te pego.
- Se fores capaz.