Quinta-feira, 27 de Setembro de 2012

Os livros "Caçadas de Pedrinho" e "Negrinha", do escritor Monteiro Lobato, são alvos de movimentos sociais que pretendem barrar a sua distribuição pelo governo por suposto conteúdo racista e sexista. O Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) pede que as obras deixem de integrar o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), que distribui livros a bibliotecas escolares do país. Em Taubaté, terra de Monteiro Lobato, estudiosos e sociólogos tem opiniões distintas sobre o caso. Para o secretário de Educação e professor de literatura, Carlos Rodrigues, o alvo da polêmica não pode ser considerado o trabalho do escritor.

"A polêmica não é em relação ao livro, não é em relação ao texto. O que se procura entender no Brasil é que há um descompasso histórico entre a obra do Lobato e a visão e reformulação do ensino de história no país. Ele (Monteiro Lobato) trabalhou a linguagem de forma histórica, é a visão de seu tempo. O Brasil precisa sentir isso", afirma. Para Aloízio Rodrigues, coordenador do Centro de Estudos Comunitário-Cultural Afro-Brasileiro, é preciso cuidado com a forma com que se transmite informação para as crianças que estão em fase de formação educacional.

"Tem que se estudar profundamente este caso e principalmente a falta de preparo dos professores que a gente observa na rede pública de ensino. Tem que haver um critério muito profundo sobre isso e a gente, lamentavelmente, sabe que isso não existe" explica.

Já para o sociólogo Maurício Rego, as obras em questão são um instrumento de formação educacional. "Fazer a ponte entre a literatura e a realidade é na verdade um elemento de educação, de formação. A descontextualização de uma obra literária é um erro imperdoável. Não só pelo pelo ponto de vista da própria literatura, mas também do ponto de vista legal", diz.

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fonte:g1.globo.com